No segundo bloco do Workshop –Ciência, Meio Ambiente e Governança- debatemos as maneiras pelas quais a ciência e a tecnologia participam da construção de formas de monitoramento e governança do ambiente, co-construindo políticas públicas. O uso de modelos computacionais na governança do clima brasileiro; a controvérsia em torno da crise hídrica em SP e o papel da expertise; e as formas de participação pública no planejamento energético foram os temas tratados nessa parte do evento. Monique Oliveira e Vinicius Wagner foram os debatedores desse bloco.
Governando as mudanças climática no Brasil. Modelos climáticos, geopolítica e governamentalidade
Jean C.H. Miguel doutorando em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp. Apresentou um estudo sobre o desenvolvimento de modelos climáticos no Brasil, discutindo como essas tecnologias produzem grades de inteligibilidade através das quais certas formas de governo das mudanças climáticas se tornam possíveis ao Estado. A partir disso, discutiu-se o caráter geopolítico e biopolítico da produção estatal desse tipo de tecnociência climática.

O pesquisador Jean Hochsprung
Crise hídrica e a RMSP: Seca ou má gestão dos recursos hídricos?
A retórica e o discurso acerca da controvérsia sobre o evento crítico que assola, entre outros pontos do Brasil, a Região Metropolitana de SP desde 2013 foram analisados por Douglas Leite, Mestrando do DPCT e integrante do GEICT. O artigo apresentado integra pesquisa para dissertação sobre a governança da água sob a perspectiva dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia.

O pesquisador Douglas Leite
Participação pública em políticas energéticas: estudo de caso da discussão em torno da energia nuclear no Brasil
Ana Paula Carmelo, doutora em Política Científica e Tecnológica, discutiu os desafios da participação popular na construção de uma política energética no contexto brasileiro, com ênfase na geração de origem nuclear. Apresentou algumas propostas legislativas atualmente em tramitação no Congresso Nacional que visam garantir à sociedade o direito de decidir, entre riscos e benefícios, se querem a instalação de usinas e/ou depósitos de rejeitos nucleares em seu município, estado e/ou no país.
A partir disso, discutiu algumas controvérsias suscitadas pelas propostas e suas possíveis implicações, enfatizando como a possibilidade de engajamento público é (des)construída nesse contexto legislativo, com transbordamentos para a definição da política energética como um todo.

A pesquisadora Ana Camelo
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