Os 40 anos do MCTI e do DPCT
- Thais Lassali
- 17 de abr.
- 4 min de leitura
Por Maria Clara Ferreira Guimarães, Thais Lassali e Yama Chiodi
Na última sexta, dia 4 de abril, o Instituto de Geociências (IG) da Unicamp sediou o evento “A política científica e tecnológica no Brasil”, em comemoração aos 40 anos da criação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT).

O evento contou com a presença da ministra Luciana Santos, pesquisadores e pesquisadoras, representantes de órgãos vinculados à pasta e de docentes do DPCT. Na parte da manhã foi realizada uma breve abertura e a mesa intitulada "40 anos do MCTI: Institucionalização e o futuro da política científica e tecnológica no Brasil". A parte da tarde foi dedicada às quatro décadas do departamento, com a mesa “40 anos do DPCT: qual o futuro da política científica e tecnológica no Brasil?”.
Na abertura do evento, a Profa. Dra. Janaina Pamplona da Costa, chefe do DPCT, deu o tom das comemorações, apontando a importância da interdisciplinaridade e da justiça social, racial e ambiental para a democracia. Ela relembrou os valores celebrados por Amilcar Herrera, geólogo argentino que fundou o departamento e também o instituto que o abriga, o IG, cujo edifício hoje recebe seu nome.
“É muito importante ressaltar que o professor Herrera imprimiu no nosso departamento valores fundados na democracia, como o compromisso com a igualdade social, de gênero, etnico-racial, o compromisso com o meio ambiente, a diversidade, a inclusão, a educação e a solidariedade. Ainda, ele nos mostrou que a interdisciplinaridade é um requisito fundamental para a produção do conhecimento e do ensino voltados para as necessidades locais latinoamericanas”.
Além da chefe do DPCT, estiveram junto a ela a Ministra Luciana Santos e o Reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles e o Diretor Associado do Instituto de Geociências Prof. Dr. Emilson Pereira Leite.

A Ministra falou sobre a importância estratégica do MCTI ao lidar com assuntos diretamente relacionados aos valores democráticos e aproveitou os 40 anos do Ministério, bem como do DPCT, para brindar a democracia brasileira. Ela também ressaltou a importância de ter mulheres liderando instituições à mesa: a chefe do DPCT e a própria ministra, a primeira mulher a ocupar o cargo no ministério desde sua formação, em 1985.

Ela também ofereceu ao professor Luciano Coutinho, do IE/Unicamp, uma placa em agradecimento pelos serviços prestados por ele ao Brasil. Coutinho trabalhou junto a Renato Archer, primeiro ministro do MCTI (à época apenas MCT), na formulação da pasta. Segundo a Ministra, Coutinho é um “elaborador teórico dos desafios brasileiros”. Ainda na abertura, o Reitor em exercício da Unicamp, Prof. Dr. Antônio José de Almeida Meirelles, destacou a tradição da Unicamp como um pólo de inovação, bem como a importância da universidade na pesquisa em ciência e tecnologia no estado e no país como um todo.

Em seguida aconteceu a primeira mesa, que se dedicou aos quarenta anos do MCTI. Nela estiveram presentes o professor Luciano Coutinho; a professora Francilene Garcia, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; Caetano Penna, diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos; Lara Ramos, coordenadora de projetos da WTT; Elias Ramos de Souza, do FINEP; e Carlos Pacheco, diretor-presidente da FAPESP.

Cada um dos convidados relacionou sua área de atuação com a história do surgimento e do desenvolvimento do MCTI nesses 40 anos, além de apontarem para os desafios que o ministério tem enfrentado durante seu percurso de existência e na atual conjuntura político-social do país. Afinado com o discurso da Ministra Luciana Santos, Coutinho relacionou a criação do ministério ao processo de redemocratização do Brasil, colocando como maior inspiração para sua criação a necessidade de se pensar a política científica e tecnológica como um projeto a longo prazo.

A parte da tarde foi inteiramente dedicada aos 40 do DPCT e contou com uma mesa com professores e professoras do departamento. Quatro deles que contribuíram diretamente para a formulação do programa de pós graduação, um dos primeiros interdisciplinares do Brasil, e do próprio Instituto de Geociências: Prof. Dr. Roberto Dagnino, Profa. Dra. Leda Gitahy, Prof. Dr. Newton Pereira e Prof. Dr. André Furtado. Além deles, duas professoras mais jovens participaram da mesa, fazendo a ponte entre passado, presente e futuro do departamento: a Profa. Dra. Rosana Corazza e a Profa. Dra. Janaina Pamplona da Costa.

A mesa relembrou momentos decisivos da formação do departamento, como a chegada do professor Amilcar Herrera ao Brasil. Escalado por Zeferino Vaz, primeiro reitor da Unicamp, para criar o Instituto de Geociências da universidade, Herrera trouxe consigo a marca da interdisciplinaridade que é característica não apenas do instituto mas também do departamento do qual foi fundador e da própria Unicamp.
Essa vocação interdisciplinar marcou o pioneirismo do DPCT no debate sobre ciência, tecnologia e inovação na América Latina. O professor Marko Monteiro, líder do GEICT e que já foi chefe do departamento, acrescentou que “o departamento dialoga com uma visão de política científica e tecnológica baseada em duas áreas principais: os estudos de inovação e os estudos sociais da ciência e tecnologia”.
Na mesa da tarde, a importância da democracia e da ciência desatrelada de interesses particulares foi ressaltada. Leda e Renato relembraram que todos os integrantes fundadores do Departamento foram exilados políticos das ditaduras militares na América Latina. A importância desse fato na história do DPCT reforça como defender a democracia é parte inexorável da prática científica. O artigo de opinião de Thais Lassali aprofunda esse ponto.

Em tempos de ameaça à democracia, à universidade e à produção do conhecimento científico, celebrar os 40 anos do MCTI e do DPCT é relembrar a história brasileira e latinoamericana e resistir para fortalecer ainda mais as instituições que nos permitem construir ciência, tecnologia e inovação de ponta. Afinal, esta é a marca que o Instituto de Geociências e a Unicamp deixam de contribuição para um Brasil mais justo, democrático e mais próximo de ser uma potência global também na produção científica.

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