É com entusiasmo que fazemos aqui um balanço do Workshop GEICT 2016. Uma maratona de apresentação de trabalhos do grupo que está em sua terceira edição. Ao todo, doze pesquisadores participaram da jornada no dia 15 de fevereiro. Resumos foram enviados até o dia 30 de janeiro. A organização do evento foi feita pelo professor Marko Monteiro e pela pesquisadora Ana Camelo. As fotos são do pesquisador Douglas Leite.
O Workshop contou com quatro blocos. Cada um representa um braço de pesquisa do grupo: Tecnociência e novas ontologias do corpo, Ciência meio ambiente e governança, Questões teóricas e epistemológicas nos ESCT e TICs e suas controvérsias. Dois debatedores ficaram responsáveis pela problematização de cada parte e um debate aberto encerrou cada bloco. Confira abaixo como foi o primeiro bloco. Clique nos links para conferir o bloco 2, bloco 3 e bloco 4.

Da esquerda para a direita, Jean Hochsprung, Marko Monteiro, Rodrigo Cheida, Lucca Vichr, Marcos Silberman, Rodrigo Toniol, Ana Camelo, Douglas Leite, Vinicius Wagner, Juliana Coelho, Monique Oliveira, Jean Santos e Vitor Chiodi.
O primeiro bloco do Workshop, Tecnociência e novas ontologias do corpo, trouxe trabalhos que investigam as intersecções entre as tecnociências e práticas médicas para pensar como tais tecnologias participam da reconstrução subjetiva e material desses corpos. Controvérsias em torno do canabidiol, sobre a reprodução assistida, e tecnologias de aprimoramento como os corações artificiais foram debatidos.
As pesquisadoras Juliana Coelho, Monique Oliveira e Marisol Marini apresentaram suas pesquisas. Rodrigo Cheida e Marcos Silberman foram os debatedores desse bloco. Abaixo, detalhes dos trabalhos apresentados:
Os dispositivos de assistência circulatória e as transformações do humano
Por skype, Marisol Marini, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, apresentou uma reflexão a respeito dos fundamentos de sua pesquisa sobre a produção de dispositivos de assistência circulatória, tecnologias conhecidas como “coração artificial”, que são bombas projetadas para substituir ou auxiliar a função cardíaca, prolongando a vida de pacientes que aguardam na fila de espera por um transplante, provisória ou definitivamente.

A pesquisadora Marisol Marini, por skype
A regulamentação da reprodução assistida no Brasil: considerações preliminares
Juliana Coelho, doutoranda em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas, possui pesquisas na área de antropologia do esporte e da saúde e, atualmente, estuda as biotecnologias da reprodução humana pela lente dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia e, mais especificamente, pela Teoria Ator-Rede.
No workshop, apresentou considerações preliminares sobre pesquisa documental a partir dos principais instrumentos regulatórios, acabados ou em tramitação, acerca da reprodução assistida no país, problematizando a declaração proferida por diversos atores sobre a existência de um vazio regulatório nessa área.

A pesquisadora Juliana Coelho
Fosfoetanolamina e Canabidiol: Um mapeamento exploratório do ativismo de saúde nas redes sociais
Monique Oliveira, mestranda de Divulgação Científica do Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo da Unicamp, mostrou um trabalho exploratório que busca entender o recente ativismo de saúde nas redes sociais.
Com a ferramenta Nodexl, foram mapeados comentários no Facebook e tuítes nas comunidades que reivindicam o uso do canabidiol, um dos 80 princípios ativos da maconha e da Fosfoetanolamina, substância a que foi atribuída efeito anticancerígeno. O trabalho mostra como as pessoas têm se aglutinado na rede na tentativa de encontrar substâncias não facilmente disponíveis no País.
Sua dissertação na Unicamp estuda como o canabidiol, um derivado da cannabis sativa, foi regulamentado no Brasil sem que a própria maconha fosse regulamentada.

A pesquisadora Monique Oliveira
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